terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Conheça um pouco do bainês

Extraído do dicionário do baianês...com minha correção
Certa feita, saí cedinho de casa pra um falapau na casa de meu primo carnal, lá no fim de linha do Pau Miúdo. Afinal, trampei a semana inteira e merecia um relax.Tava o maior auê no ponto de ônibus. Gente como a porra, uma renca de menino oferecendo geladinho, um esmolé, cheio do pileque, abusando todo mundo, vendedor de rolete gritando que nem maluco e os garotos vendendo menorzinho no quente-frio colorido. De junto de mim, um cabo verde todo infatiotado passava a patapata na cabeça, enquanto defronte a filha da baiana do acarajé, uma menina cheia de pano branco, mastigava um cacetinho. Eu já tava ficando retado, porque já fazia uma hora de relógio que a zorra do buzu não passava. Aproveitei e entrei no bar do tamburete de puta(um baixinho que vendia todo tipo de cachaça), aí bati um rabo de galo pra abrir meu dia. Foi quando a arabaca chegou parecendo uma carroça toda esculhambada, matracando e cheia como quê. Tive que entrar na tora, mas pra bater uma lora, eu faço qualquer coisa, e na paleta é que eu não ia. Apurrinhado, fui me espremendo lá pra frente e consegui passar pela borboleta. Num daqueles freios de arrumação, fiquei de pau grande, fazendo terra numa graxeira bem muderninha, tipo tanajura, tesuda e toda empiriquitada, mais enfeitada que jegue na Lavagem do Bonfim. Ela tinha uma inhaca, que misturada com o espanta nigrinha que usava, me causava um certo entojo. Mas eu, que faço terra desde o tempo de dom corno, não ia vacilar. "É hoje que eu vou lavar a jega," pensei. E fiquei ali, mal sabendo o esparro que podia cair. É que daí a pouco o motorista deu outro freio de arrumação e eu me desapartei da tribufuzinha e me encaixei num negão tipo segurança do Olodum. Tá rebocado, quando vi o guarda roupa voar em cima de mim pensei que ia bater a caçuleta. O negão virou e fez: - Qualé mermão? Tá procurando frete comigo, é? Eu lhe dei ozadia por acaso? Foi o maior arerê. Levei um cachação que fiquei banzeiro, e fui parar lá na casa da porra. O mangue dentro do buzu tava feito. Enquanto eu me lenhava, um saruaba desassuntado gritava lá no fundo- Pique a porra nesse chibungo mermo, ôôôôxe, ele tem mais é que se estabocar. Esse sacana!!!...Aí o furdunço revirou no buzu e foi aquela pauleira. No meio daquela zuada toda, tirei o corpo na primeira sinaleira que o buzu parou e me piquei. Capei o gato! Juro que mais nunca entro em carro com enxame de gente. Quanto às fubuias, tive que infonar, mas de hoje a oito possa ser que eu passe lá. Só que na próxima vez vou acertar cum taquiceiro pra me levar, que eu não sou bestalhado nem oreba, pra ximbar de novo.

Se não entendeu nada do que leu, das duas uma: ou não é baiano, ou precisa conhecer a Bahia!

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