segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Entrevista

Entrevista com o escritor Josué Ramiro Ramalho
sexta-feira, 29/07/2011




O Café com Notícias através de entrevistas com talentosos escritores, abre espaço para a divulgação da poesia baiana. O entrevistado de hoje é o escritor Josue Ramiro Ramalho.
1- Olá, Josué! Como foi seu começo de carreira enquanto escritor?
Começar nunca é fácil. Para mim, teria iniciado minha escrivinhação ainda em tenra idade. Mas a verdade é que, no início da década de 90. Lá nos Poetas da Praça, resolvi colocar pra fora, o poeta que havia preso em mim. Encontrei durante minha trajetória muitas dificuldades mas não me rendi. Persisti e fui quebrando algumas barreiras. Mas ainda há muitas dificuldades…
02 - Por favor, fale-nos um pouco sobre a sua obra .
O livro Vôo Livre Verso & Prosa, é o primeiro vôo solo que alcei com minhas próprias asas. Nasceu da necessidade de expor meus trabalhos que se acumulavam em gavetas. Já havia publicado em alguns jornais e coletâneas mas os amigos Dr. Alfredo Boa Sorte e Dr. José Cayres, presidente e vice do Sindicato dos Médicos na época, me brindaram com a edição do livro pela gráfica do Sindimed. Ali, muitos amigos me proporcionaram uma satisfação imensurável com o lançamento da obra no auditório, na Bienal, em algumas cidades do nordeste e em muitos eventos que participei.
03 – Qual a sua opinião acerca da poesia baiana? Os escritores baianos gozam de reconhecimento em sua terra?
Eu costumo pensar que “a Bahia é um verdadeiro Celeiro Cultural”. De modo que nossa poesia não fica devendo absolutamente nada pra nenhum local do mundo. Aqui temos poetas e escritores de excelente qualidade. Agora…Reconhecimento? essa palavra deixa muito a desejar. Quem está nos braços da mídia, os louros, quem está fora dela, os percalços.
04 – Quais as principais dificuldades enfrentadas pelo escritor ? Como superá-las?
Dificuldades enfrentadas pelos escritores, poetas, artistas de forma geral, são enormes. Mas A falta de incentivo financeiro e facilidade de acesso nos órgãos públicos e privados, são de doer. A própria mídia facilita tudo aos “famosos”, mas para os iniciantes… A gente tenta superar tudo isso com um trabalho árduo, força, persistência e muitas tentativas de acessos. Assim, projetos como Amantes do Conhecimento, Art Poesia, Fala Escritor etc, nos abrem portas para nossas apresentações, facilitando assim, acessos que não teríamos, caso ficássemos
quietos.
05 – De que forma a literatura baiana pode ser trabalhada nas escolas e universidades?
Já formei grupos e tive oportunidade de participar com estes, em recitais nas praças, escolas públicas e particulares e em faculdades diversas. A questão é: Se o escritor se faz presente nesses eventos é aplaudido, ovacionado. Mas… e sobre ajuda de custo? Ora, para isso ninguém tem verba. Então o artista não come, não se veste, não se desloca. Fica difícil manter uma boa apresentação sem um reconhecimento financeiro é claro. Mas o poeta nunca esmorece! Lembro que encaminhei um projeto (O POETA VAI A ESCOLA) para o ministro da cultura que na época era Gilberto Gil. Acho que nem soube disso. Recebi resposta sim! palavras evasivas, sem conteúdo.
06 – Joy Frank, notável editor gráfico de Lauro de Freitas, considera importante que os órgãos públicos ofereçam apoio financeiro e também uma consultoria técnica aos escritores, já que a maioria não tem conhecimento acerca do processo de publicação. Qual a sua opinião a respeito?
Estimular a publicar é muito fácil e simples: Basta ter boa vontade. Acredito muito nos concursos públicos. É claro que com premiações incentivadoras. Tipo: edição de livros e prêmios financeiros, troféus etc. para os vencedores. As escolas são muito carentes de concursos de poesia, de contos, até de romances. Os movimentos de bairros, as praças, são locais muito propícios para esses eventos que devem ser promovidos com muito empenho. Se o escritor ou poeta não acredita, certamente não participará. Proponha um Festival de poesias entre os alunos dos colégios da cidade. Premie os 60 ou 70 melhores com a publicação do livro e pague cachê ou trofeu aos 05 ou 10 primeiros colocados. Ou faça o concurso pra cidade inteira, divulgue nas rádios, jornais etc. e veja como as coisas acontecem. Mas relacione os participantes para manter contacto posterior. Assim, não se perde de vista, o intelectual futuro que ainda é desconhecido.
Quero parabenizar ao Frank pela brilhante idéia. Uma espetacular iniciativa se levada a secretaria de cultura e aceita. Sabemos da necessidade que muitos principiantes tem de uma consultoria desse tipo. É claro que tenho de aplaudir e lhe dar meus parabens.
08 – Em homenagem ao dia do escritor, deixe registrada a sua mensagem:
Desejo sempre muita inspiração a todos os escritores e artistas. Continue escrevendo seus textos, revisando-os, melhorando-os e procurando publicá-los de alguma forma. Texto na gaveta é texto invisível. Não seja também invisível, corra atrás. Um dia quem sabe, às portas se abrem.
Tags: poesia;educação

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