quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ILUSÃO


As vezes
Pego-me roubando sonhos
As vezes
Observo a lua me flertando
As vezes
Penso adocicar vidas
Meu rútilo coração
Denota dubiedades
Já não discerne
O que é falso da realidade
Ilusão
É afastar de mim as noites desassistidas
Ilusão
É pular os dias de sorrisos que passei
Ilusão
É negar o retorno de minha insanidade
Então rotulo
O abstrato de ilusório
A tristeza de afã
A infamia de amiga
A pobreza de intimidade
Minha maior ilusão
É Pensar que o tempo para
O tempo não para não
A vida adormece
Em meio ao furor, ilusão
Temor, tempestades
Minhas noites
São dias que não acontecem
Somos todos pedaços de um quase nada
Quando agregados
Somos ira
Lembranças
Sorrisos
Pecados...
Somos morte!
E antes que a infinita estrada se acabe
Vamos praticar ilusões
Em nós mesmos
Assim
Poderemos sentir ainda
O perfume das flores
Que se esvairam no percurso
Das nossas maiores ilusões

Josue Ramiro Ramalho

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