quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Brochura


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ACINTE


Quem é a criança pelada na rua
Uma infancia a toa
descalça e crua?
Ninguem sabe quem é
Chora com fome
Não tem nome
Deve ser homem
Mas pode ser mulher
Levanta a mão pedindo uma grana
Alguem finge
E com ilusão a engana
É uma gente sacana
Afinal o que quer?
Levá-la presa para a autoridade
Coisas das grandes cidades
Não tem registro
Identidade
Não tem idade!
Será mais uma presa da autoridade
E ninguem sabe quem é
Não viverá o bastante
Desaparece à mingua
Nas grandes cidades
Pedinte... Acinte!
Calam sua língua
E quem vai sentir sua falta?
Criança jogada na rua é calamidade
É perturbação no sistema
É caso da autoridade
Principalmente nas grandes cidades
Sem ter segredos
Morrerá tão cedo
Cheia de medo mas...
Ninguem vai sentir sua falta

sábado, 23 de outubro de 2010

REPENSANDO MEU DIA


Outro dia
acordei com o canto do galo
que na madrugada
ditava a noite em horas do tempo

O respingar de estrelas cadentes
em lua crescente
assediava a falange de seres dispersos
no amanhecer do dia
que tanto ameaçava raiar

Gotículas de céu intumesciam folhagens
e o clarear da estrela maior
difundia um balé de cores mórbidas
no meu soliloquiar

Vilipendiei minhas excrescências
quando a imensidade universal
atestou mais uma noite subtraída

O ribombar de ondas fortes
em mares revoltos
demonstrava a força
de um ser gigantesco

era o deus em girassol
assumindo o canto de um novo dia
em energias dispersas
para todo o universo
e os seres que nele vagueiam

Meditei meu tempo sobremaneira
e percebi que em todos habita
esta fonte incomensurável
de energia em ser
que a tudo esculpiu
sem hora a vagar
no início do todo

Então o dia esquivou-se
para o meu repensar.

É PRECISO


É preciso
Ouvir o silêncio
Olhar para o infinito
em sua plenitude
absorver todos os raios de sol
observar o desfraldar da lua
e sua magnífica beleza
no espaço etéreo

É preciso
contar estrelas
acariciar a mãe natureza
beijar os filhos das matas
amar as vibrações da terra
e desbravar
as ondas fortes do mar

é preciso
sentir sua própria existência
Apreciar com amor
suas reflexões
nas noites onde o encanto te desencanta
onde a dor for imensamente sua

Então...
Tenha sede de fraternidade
pois a alegria que brotará de seus poros
será filha única da sua inquietação
argumento óbvio
de toda essa complexidade

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MEUS MEDOS


MEUS MEDOS

Terei medo de enfrentar o amor
Esse amor de entrega abrupta
Amor que é só fantasia e insegurança
Terei medo de enfrentar a luta
E outras lembranças
A luta em busca dos salários
Do emprego
Da paz
Terei medo da minha fragilidade
Pois ela é frágil demais
Da incompetência desses governos
E da angústia do meu povo
Terei medo do que ficou velho
Estou com medo do novo
Terei medo do que faltou aprender
E faltou aprender a sorrir
E faltou aprender a lutar
E faltou aprender a seguir
E faltou aprender a recomeçar
Terei medo de uma grande revolta
A REVOLTA DO POVO PELA ÁGUA
A revolta do povo pelo pão
Do pão sem segurança nem estudo
DA ÁGUA QUE EM BREVE SERÁ TUDO
Esse tudo que está na saúde
Saúde com fome danada
Nada das terras prometidas
Nada que sare tantas feridas
Feridas nossas tão enraizadas
Mas o meu medo
Minhas angústias
Minhas dúvidas
Terei que enfrentar se preciso for
Acabando com o medo
De qualquer medo
E pregando justiça
Igualdades
Amor!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

TÚRBIDO


Estou entre as ondas do mar
A navegar translúcido
Minha busca de um horizonte
As ondas que em mim sacodem-se
São como flexas de um cupido inexistente
Tentando trespassar meu coração
Nesta viagem
Sinto o gorgear da aurora
Em busca de minha'lma sofrida
Mas não sei o que é isto em mim
O vento que veleja minha solidão
Carrega-me opaco, mudo
Quero sobreviver
As torrenciais tempestades que me iludem
Mas minhas forças
Quebrantam-se no rochedos etéreos
Tento voar
Penso em sofrer
Quero morrer...
Tudo é mistério!
Sem saber afagar toda falta
Que sinto de você
Sofro caído
Aguardando o momento de perceber
Esta sobrevivência
Só assim comprovo
Minhas próprias discordancias interiores
E tropeçando em tantas hiperboles
Acredito um dia
Descobrir meu próprio eu

JosueRamiroinVersus: Minha Partida

Josue Ramiro in Versus: Minha Partida

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Minha Partida


Então eu me perguntei
O que posso fazer agora
Já que tudo
Apagou-se da memória
Lembrei da infancia querida
Minha terra
Minha lida
Daquilo que já passou
Lá eu brincava
Corria, pescava
Cantava, amava, sonhava
Brincadeiras que a luta limitou
Na juventude
Os sonhos foram se modificando
Vivia para o estudo
Namoro, outras coisas
Com as garotas eu andava sonhando
Eram cinemas, praças
Muita alegria
Um mundo feliz
Sempre eu pressentia
Ficando adulto
Os sonhos sumiram
Havia trabalho e resposabilidades
Minha vida mudou de realidade
Com o duro trabalho
Casamento e filhos
Pergunto cadê minha faculdade
Esta ficou longe dos trilhos
Burro manso, velho chato, fiquei
Aos olhos de todos
Foi em que me tornei
Hoje, idade avançada
Filhos crescidos
De mim não sobrou mais nada
Fui subtraído
Ninguem me ouve
Ninguem me obedece
Ninguem mais me quer
O mundo agora é dos outros
Que posso fazer?
Sofrimento e dor me claudicam a mente
Aguardo minha partida
Sei que não sou diferente
O tédio
As dores
As indiferenças
Me levam a querer soçobrar
Já não tenho mais crenças
Nem se quer um lencinho
Para as lágrimas enxugar
Agora...
O que resta da vida
Entre idas e vindas
É só a morte esperar.

domingo, 17 de outubro de 2010

MEU SORRISO


O meu sorriso
Às vezes é frágil
Miúdo, sisudo
Pequeno demais
O meu sorriso
Às vezes é triste
Arrogante, pedante
Quase incapaz
O meu sorriso é assim
Sempre assim
Quando a tristeza do mundo
Se espalha assaz
Sim!
O meu sorriso é assim
Quantas vezes voraz
Por vezes tinhoso, maldoso
Talentoso demais
Às vezes sentido, fingido
Palhaço incapaz
É...
O meu sorriso é assim
Contundente, ardente, temente
Safado demais
Parece um grande sorriso
Do tipo que se desfaz
Esse livre sorriso
Diferente sorriso
É o sorriso
Do eu jovem rapaz

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bahia, o paraiso

Modéstia Baiana!!

Estava num passeio em Roma quando, ao visitar a Catedral de São Pedro fiquei abismado ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima.

Vendo um jovem padre que passava pelo local perguntei a razão daquela ostentação.

O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar 100 dólares.

Fiquei tentado porém declinei da oferta.


Continuando a viagem pela Itália encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro na coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma:

Linha direta com o paraíso ao custo de 100 dólares a ligação.

Depois da Itália, chegando ao Brasil, fui direto para Salvador. Ao visitar a nossa gloriosa Catedral, na famosa Praça do Terreiro de Jesus, fiquei surpreso ao ver novamente a mesma cena: uma coluna de mármore com um telefone de ouro.

Sob o telefone um cartaz que dizia: LINHA DIRETA COM O
PARAÍSO - PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 0,25 ( vinte e cinco centavos ).

Não me agüentei, e lasquei....

Padre, eu disse, viajei por toda a Itália e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este, mas o preço
da chamada era 100 dólares. Por que aqui é somente R$ 25 centavos?

O Padre sorriu e disse. Meu amigo, você está na Bahia. Aqui a ligação é local.

O PARAÍSO É AQUI...

contribuição do amigo Vital Vasconcelos

domingo, 10 de outubro de 2010

ÚLTIMA PASSAGEM


Lutar para não sucumbir
Enquanto vida ainda resta
Na efêmera passagem do tempo
Não lamentar
Os caminhos mal resolvidos
Não lamentar
Os amores questionados
Não lamentar
A ciência das palavras não ditas
Lúgubre
A eterna juventude se foi
Suavizar a ternura
Com o vento da inquietação
Já não é cortesia
Sonhos, sonhos, sonhos...
Pesadelos todo dia
As folhas caem
Ao sabor dos ventos
A terra gira
Sob a revolta dos deuses
O tic tac do relógio
Afugenta a noite
De encantos sob a lua
Nessa minha fosforescência
Já é hora de acordar
Para a última passagem.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Josue Ramiro in Versus: Gente como você

Josue Ramiro in Versus: Gente como você: "Pois é: gente como você, faz o nosso sol brilhar mais forte; Gente como você, faz o amor crescer cada vez mais sobre o planeta terra Gent..."

Gente como você


Pois é: gente como você, faz o nosso sol brilhar mais forte;

Gente como você, faz o amor crescer cada vez mais sobre o planeta terra

Gente como você, faz o coração pulsar em ritmos cadenciados, cheios de amor

Gente como você, iluminam pessoas que ainda não aprenderam a ser gente, como você é.

Muito obrigado por você ser esse tipo de gente tão especial para mim
que teima em querer ser gente igual a você.

OUTROS BRILHOS


* Quero brilhar como brilham as estrelas
Candentes, sobre o negro mar azul
Trespassando minhas grandes marolas
Sem cor, sem luz, sem fulgor
* Onde as frestas não têm encanto
Onde os bramas se cansam de alumiar
Onde as mulheres, messalinas tão reles
Realçam, tentando seu mundo encontrar
* Quero brilhar como brilham as estrelas
Enquanto a vida chega a me tosar
Enquanto os raios de luz se apagam
Na hora que o céu pela terra passar
* Onde estão meus amores, minhas castas?
Onde estão meus tormentos, meu luar?
Onde estão minhas ondas, minhas glórias?
O etéreo agora parece me resgatar
* Quero brilhar como brilham as estrelas
Sem o lume intenso do amor
Sem o brilho da vida em orgias
Sem castigo para o nosso pudor
* Pois o castigo nunca alavanca
Sentimentos que guardamos sempre
Castigos são os nossos entraves
Acorrentando todas as indecências
* Quero brilhar como brilham as estrelas
E me apagar no afã do amanhecer
Pois o castigo em meu corpo dormita
Nesta vida infeliz sem você
* Quero brilhar como brilham as estrelas...